quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Alentejo Magazine » Grândola: Obras começam a dar forma ao futuro Troiaresort

Alentejo Magazine » Grândola: Obras começam a dar forma ao futuro Troiaresort

Dois anos depois da demolição de duas torres inacabadas de Tróia, o empreendimento turístico da Sonae-Turismo está transformado num gigantesco estaleiro de obras, mas grande parte do futuro “Troiaresort” deverá estar concluído antes do próximo Verão.
O primeiro-ministro José Sócrates accionou os detonadores que provocaram a implosão das duas torres, no dia 8 de Setembro de 2005, a que se seguiu uma sessão solene que marcou o arranque das obras no empreendimento da Sonae-Turismo, do empresário Belmiro de Azevedo, que todos reconhecem ser uma oportunidade única para o desenvolvimento turístico da região.
O empreendimento turístico de Tróia, com um investimento global de 320 milhões de euros, deverá criar mais de 2 mil postos de trabalho directos prevendo-se que o núcleo central do empreendimento esteja concluído até ao próximo Verão.
Para os passageiros dos ferries que fazem a travessia do Sado entre Setúbal e Tróia, a nova marina, com capacidade para cerca de 180 embarcações, os novos apartamentos e as obras em curso no Casino-Hotel, que será gerido pelo grupo Amorim, são os primeiros sinais de mudança no empreendimento turístico.
À medida que entramos no Troiaresort, junto aos antigos apartamentos em banda, entretanto requalificados, deparamos com novos blocos de apartamentos em construção, mas que já estão a ser comercializados a preços entre os 258 mil euros (T0) e 770 mil euros (T2).
De acordo com dados do Troiaresort, já foram comercializados (reservados ou vendidos) mais de metade dos 289 apartamentos do empreendimento turístico, ainda em fase de construção, mas que também deverão estar concluídos nos primeiros seis meses do próximo ano.
A requalificação do aparthotel Tulipamar, para 4 estrelas, e das torres Magnólia e Rosamar, que vão ter esplanadas e uma piscina comum, entre outros equipamentos e serviços, são outras obras em curso na península de Tróia.
A Sonae-Turismo está também a fazer os arruamentos e a instalar as infra-estruturas indispensáveis ao funcionamento do empreendimento, onde se incluem 96 lotes de terreno - para construção de moradias com projecto previamente aprovado - comercializados a preços entre os 600 mil euros e 1,5 milhões de euros.
Para mais tarde, está prevista a construção em banda de 90 moradias turísticas, bem como o arranque do futuro Ecoresort, na zona contígua à caldeira de Tróia.
Nos primeiros meses de 2008, deverão também entrar em funcionamento os novos barcos da empresa Atlantic Ferries, nova concessionária da travessia fluvial do Sado.
Os barcos de passageiros continuam a atracar no antigo cais, junto à marina, enquanto que os novos ferries o farão na nova infra-estrutura construída a montante, junto às instalações militares dos fuzileiros navais na Península de Tróia.
Quando foi anunciada a localização do novo cais, a Associação para a Conservação da Natureza (Quercus) advertiu que se tratava de uma zona frequentada pela comunidade de golfinhos-roazes do estuário do Sado.
A Sonae-Turismo garante, no entanto, que a monitorização efectuada pelo Instituto do Mar (IMAR) e por uma Universidade norte-americana não revelou qualquer alteração no comportamento dos golfinhos durante a fase de construção do novo cais dos ferries e da marina.
A deslocalização do cais dos ferries, com um aumento significativo do percurso e, eventualmente, do preço dos bilhetes, também preocupa muitos setubalenses, que receiam ser afastados das praias de Tróia por razões económicas.
“No empreendimento da Quinta do Lago, no Algarve, também não proíbem o acesso à praia, mas exigem 7 euros pelo estacionamento”, disse à Lusa um frequentador habitual das praias de Tróia, convicto de que as pessoas de menos posses económicas vão ser progressivamente afastadas do empreendimento turístico da margem esquerda do Sado.
Preocupados com a entrada em funcionamento do novo cais dos ferries estão também os cerca de 1.400 proprietários do empreendimento Soltróia, que temem uma diminuição das condições de segurança e de bem-estar dos moradores.
O presidente da Associação de Proprietários de Soltróia, Henrique Doroteia, disse à Lusa que “houve uma transferência do cais de embarque para a zona de Soltróia, mas não foram criadas condições de estacionamento para evitar que se formem filas de automóveis na EN 253-1 (Tróia/Grândola)”.
“Por vezes, as filas de automóveis para os ferries chegam a atingir mais de 3 quilómetros, que no futuro se poderão estender para além dos limites da urbanização”, acrescentou.
“Também não houve a preocupação de minimizar os impactes ambientais, com a colocação de barreiras arbóreas, ou outras, para diminuir os níveis de ruído”, acrescentou Henrique Doroteia, convicto de que as mudanças provocadas pela entrada em funcionamento do novo cais “vão desvalorizar as moradias no empreendimento Soltróia”.
GR.
Lusa/

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